sábado, 28 de fevereiro de 2015

Casa Museu de Arte Sacra da Ordem Franciscana Secular

País: Portugal
Concelho: Ovar
Freguesia: União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã

Rua Gomes Freire nº 27, Ovar, perto da Igreja Matriz.
Museu fundado pela Ordem Terceira de São Francisco, instituição criada em Ovar em 1660.
O imóvel foi adquirido em 1780, destinada originalmente a arrecadar as alfaias da Ordem.
Em 1882, a fachada foi revestida com curioso revestimento azulejar em azul e manganês.
Em 1942 foi-lhe acrescentada um piso superior.
Foi inaugurada como núcleo museológico a 17 de fevereiro de 1973.
A fachada ostenta, ao centro, o brasão da Ordem.
Incide na vertente religiosa ovarense, nomeadamente nas imagens em tamanho natural dos principais santos seguidores do Apóstolo de Assis, que são utilizadas nas procissões franciscanas, uma vez por ano, em monumental procissão na cidade. Destaque para a imagem de Nossa Senhora da Conceição, datada do século XVIII.
Alberga ainda diversas peças de arte sacra, datadas entre os séculos XV e XX, como ornamentos, trajes, paramentos, alfaias de culto, pinturas, porcelanas e outras curiosidades religiosas.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Fonte dos Pelames

País: Portugal
Concelho: Ovar
Freguesia: União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã

Rua Dr. António José de Almeida, Ovar.
Está inserida no Parque Urbano da cidade.
O topónimo provém do lugar onde outrora existiram tanques de curtume de courama.
A nascente de água só foi descoberta, ao retirarem pedra do local, para uma obra vizinha.
A fonte foi erguida em 1871. A sua água férrea era na época, muito apreciada pelas qualidades medicinais.
Em 1960 foi totalmente reconstruída.
Em 2012, no âmbito da construção do parque urbano, foi alvo de requalificação. Data deste período a remoção do gradeamento.
Outrora, os seus tanques eram muito disputados pelas lavadeiras locais.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Palheiros de Cortegaça

País: Portugal
Concelho: Ovar
Freguesia: Cortegaça

Conjunto de palheiros situados ao longo da praia de Cortegaça.
Habitações típicas de pescadores.
Inicialmente, eram construídas sobre estacaria de madeira, devido ao terreno arenoso que não permitia a sua edificação diretamente no solo. Além de que resistia às violentas tempestades de areia e possibilitava a subida das marés.
A estacaria era aproveitada também para guardar os barcos e utensílios de pesca.
Outrora, a cobertura era feita com palha ou junco, e daí a origem o seu nome.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Cais da Ribeira (Ovar)

País: Portugal
Concelho: Ovar
Freguesia: União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã


Lugar da Ribeira, Ovar, situado na ria de Aveiro. 
A sua origem remonta a 1754, sendo utilizado como intermediário do comércio entre Aveiro, Porto e outras terras do interior. 
Era muito frequentado por passageiros e mercadorias.
Serviu e ainda serve, ao transporte do sal fabricado nas salinas da região.
Neste local encontram-se carcaças de barcos mercantéis, as quais deram vida, cor e movimento, até cerca de 1980, num vai-e-vem entre as marinhas de sal em Aveiro e as indústrias do sal ainda instaladas no cais.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Capela da Misericórdia

Concelho: Ovar
Freguesia: União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã

Rua Dr. Francisco Zagalo, Ovar, situado junto ao Hospital.
A 11 de Novembro de 1896, o Padre João de Oliveira Saborino mandou construir um colégio para meninas pobres da paróquia, que o doou às irmãs Doroteias. O colégio-asilo abriu a 21 de Outubro de 1897, gerido pelas irmãs do Sagrado Coração de Jesus e Maria. Era sua diretora a madre Ana da Silva Barbosa.
A capela foi construída em 1909/10, a expensas do Colégio das Doroteias. 
Trata-se de uma capela de grande dimensão e linhas sóbrias, de planta longitudinal composta por nave e capela-mor, volumetricamente distintos.
A fachada principal ostenta no topo, os Sagrados Corações de Jesus e Maria, em cantaria, enquadrados por fita com laços exibindo a inscrição SOLI DEO HONOR ET GLORIA. 

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Fonte da Vila

Concelho: Ovar
Freguesia: União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã

Rua Alexandre Herculano, Ovar.
Fonte pública construída em finais do século XIX, da autoria de Joaquim de Araújo e Silva.
Outrora, existia neste local, um pequeno recinto onde as pessoas conviviam enquanto enchiam as bilhas.
Ostenta um registo azulejar com uma quadra alusiva à utilidade da água: 

Água pura e cristalina,
Fresquinha de consolar, 
Vem de ti p’rós nossos lábios, 
Mata a sede a quem passar.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Ponte Internacional

País: Portugal e España
Concelhos: Valença e Tui


Ponte sobre o rio Minho.
Faz parte do património histórico das duas localidades fronteiriças – Valença e Tui.
Ponte metálica rodoferroviária construída em 1884, mas somente inaugurada a 25 de Março de 1886.
Durante mais de um século, foi a única travessia do rio Minho.
A estrutura foi concebida pelo engenheiro espanhol Pelayo Mancelo y Agreda, que se inspirou no modelo de Eiffel.

Fonte da Mota

Concelho: Ovar
Freguesia: União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã

Rua Alexandre Herculano, Ovar.
É também conhecida por Fonte da Samaritana.
Deve o seu nome a uma das sucessivas proprietárias.
Fonte pública construída no século XIX, da autoria de Joaquim de Araújo e Silva.
Possui um registo azulejar com uma quadra alusiva à utilidade da água, colocada em pleno século XX: 

Pobre ou rico, isso que importa?
Dá-lhe a todos de beber.
Canta, canta eternamente,
Não te canses de correr.

Pinhal de Ovar

Concelho: Ovar
Freguesias: União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã; Maceda, Cortegaça; e Esmoriz


Mata atlântica situada no perímetro florestal das Dunas de Ovar.
É o pulmão do concelho.
A sementeira e a plantação de várias espécies vegetais, remonta ao período medieval, como forma de suster as areias que, impelidas pelo mar e pelo vento, avançavam sobre as terras de cultura.
A partir da década de 1710, começaram os esforços para cercar Ovar, a norte e a poente, por uma grande mancha de pinhal, cuja exploração e manutenção ficou a cargo dos poderes públicos.
Durante o século XIX, muitas e largas áreas acabaram por ser vendidas ou aforadas pelo município.
A partir de 1919, o então presidente da Câmara Municipal de Ovar, Pedro Chaves, resolveu sujeitar todos os terrenos arenosos na posse do município ao regime florestal.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Casa Museu Júlio Dinis

Concelho: Ovar
Freguesia: União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã


Rua Júlio Dinis nº 81, em frente ao Jardim dos Campos, Ovar.
Está instalado numa casa setecentista, de feição popular e planta retangular, reconstituição do interior da casa vareira tradicional. O edifício está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 25 de Junho de 1984.
Em 1989, o imóvel foi cedido à Câmara Municipal com o propósito de o adaptar a casa-museu e em 1996 foi inaugurado. Recentemente foi remodelado.
Nesta pequena casa viveu durante algum tempo, o romancista Júlio Dinis. Foi neste local que escreveu parte de As Pupilas do Senhor Reitor e de A Morgadinha dos Canaviais. Deve a sua vinda para Ovar a fim de se curar da tuberculose que tão prematuramente o apanhou.
O museu alberga, para além de uma biblioteca dinisiana, mobiliário (destaque para um pequeno oratório rococó), utensílios e objetos pessoais do escritor, e etnografia ovarense. 

Fonte do Hospital

Concelho: Ovar
Freguesia: União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã


Largo dos Combatentes, Ovar.
É também chamada de Fonte dos Combatentes.
Deve o seu nome por antigamente ter estado integrada no recinto do então Hospital que funcionou na atual Escola dos Combatentes.
Monumental fonte datada do primeiro terço do século XIX, em estilo neoclássico. A sua construção deve-se a João Maria d’Abreu Castelo Branco, conforme o atesta o letreiro com inscrição latina exibida no espaldar: Ut agua ista bella pluat Joanues d’Abreu Castello-Branco, hujus Opfidi Pretor cum Senaiu Curabil.
O espaldar é cingido por pilastras que sustentam um entablamento, sobre o qual assentam pináculos, dos lados, na prumada das pilastras, e ático rematado por urna campaniforme decorada, ao centro. No topo, em pedra-de-Ançã, avultam as armas nacionais da época do Reino Unido de Portugal e Brasil.
O tanque, de planta retangular, é elevado por três degraus.
Possui escadaria que se desenvolve em patamares, com bancos corridos rasgados na espessura das guardas.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Fonte de Júlio Dinis

Concelho: Ovar
Freguesia: União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã


Lugar do Casal, Ovar.
É também conhecida por Fonte do Casal.
Encontra-se situada no extremo da requalificação das margens do rio Cáster, junto a uma antiga fábrica de papel (atual Escola de Artes e Ofícios) e de uma antiga ponte.
Reconstruída em 1940, beneficiou da bela arte de azulejaria, exibindo duas imagens da paisagem envolvente, bem como um terceiro painel com a figura do escritor Júlio Dinis, pintadas na fábrica Aleluia em Aveiro.
Em 2011, com a requalificação das margens do Cáster, beneficiou de obras que lhe deram o aspeto atual. 

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Praia do Furadouro

Concelho: Ovar
Freguesia: União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã


Furadouro.
Praia muito famosa.
É a maior do concelho de Ovar.
Bastante ventosa, com um longo areal e um mar agitado.
Tem vastas extensões de dunas, com ligação a zonas florestais de pinhais, constituindo uma das maiores áreas do género do litoral português.
Ao longo da história decorreram aqui alguns naufrágios.
Desde a década de 1990 que são efetuados constantemente trabalhos de reconstrução e requalificação da zona costeira, bastante atingida pela erosão causada por sucessivos temporais, existindo atualmente um largo passeio pedonal ao longo do areal.
Na praia ainda é possível encontrar alguns barcos de pesca, com as suas caraterísticas proas levantadas, utilizados na tradicional arte da xávega, embora as juntas de bois que arrastavam as redes tenham sido substituídas por tratores.
Na parte norte da praia é habitual a prática de nudismo.
Atrai todos os anos milhares de veraneantes.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Capelas dos Passos de Ovar

Portugal \ Aveiro \ Ovar \ União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã

Passo das Filhas de Jerusalém, Largo Mouzinho de Albuquerque


Centro da cidade de Ovar.

Estão ligadas às cerimónias da Quaresma.

Classificadas como Imóveis de Interesse Público desde 16 de junho de 1946.


Passo do Horto, Rua Alexandre Herculano


Terra de arreigadas tradições religiosas, a cidade de Ovar tem, espalhados pelo seu centro histórico, sete pequenas capelas de arquitetura simples em estilo rococó, ao longo das quais se percorre a Via Sacra. Ilustram as diferentes cenas da Paixão de Cristo, em imagens muito expressivas.

A devoção dos Passos em Ovar data de 1572, ano em que foi constituída a Irmandade dos Passos de Nosso Senhor Jesus Cristo.

No século XVII, o Papa Inocêncio X, concedeu à respetiva confraria, um Breve de Indulgências.

Em 1747 foi concedido à Confraria o real dos Passos, imposto de pagar um real por cada quartilho de vinho que se bebesse em Ovar, com a finalidade da construção das capelas.  


Passo da Verónica, Praça da República


As atuais capelas dos Passos foram construídas entre 1748 e 1756, por iniciativa do Padre Manuel de Resende. Vieram substituir os anteriores Passos, simples barracas de madeira, portáteis. O projeto seria fazer uma capela com cada uma das cenas dramáticas do caminho de Cristo no seu martírio mas na verdade só foram construídas sete, e como os Passos da Via Sacra são catorze, sete têm capela e as outras sete estão assinaladas por cruzes no caminho. Eram seus protetores nessa época, os condes da Feira, que lhe ofereceram um riquíssimo Relicário Processional. 


A primeira, evocando o Pretório, encontra-se no interior da matriz, na nave esquerda. O seu retábulo (1735) e ilhargas (1750) são da autoria do mestre entalhador portuense José Teixeira Guimarães. 

Ao longo da cidade situam-se as restantes capelas, adossadas a edifícios de habitação.

Os cinco oratórios autónomos apresentam porta em cantaria lavrada e os seus interiores estão revestidos de talha dourada rococó e pinturas murais. As figuras foram pintadas pelo mestre valeguense António José Pinto.



 Na Rua Alexandre Herculano, junto ao Tribunal, situa-se a capela do Passo do Horto, também chamada da Queda ou do Senhor Caído por Terra. 


Na Rua Alexandre Herculano acha-se a capela do Passo do Encontro. 


A capela do Passo do Cirineu localiza-se na Rua Cândido dos Reis, junto ao Largo dos Bombeiros Velhos. 


A capela do Passo da Verónica encontra-se na Praça da República.



A capela do Passo das Filhas de Jerusalém depara-se no Largo Mouzinho de Albuquerque (Praça das Galinhas).


Termina na Capela do Calvário, localizada no Largo dos Combatentes da Grande Guerra. É de maiores dimensões e precedida por uma monumental escadaria.


Hospital Velho

Concelho: Ovar
Freguesia: União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã


Largo dos Combatentes, Ovar.
É também conhecido por Quartel.
Alberga o Centro Escolar dos Combatentes.
Edifício concluído em 1814. Forma um conjunto austero, composto por uma fachada de seis janelas retangulares e de uma sacada média, sobre a qual se encontra o brasão nacional, em escudo oval, com coroa e efeitos decorativos de palmas, em pedra de Ançã.
No centro do edifício existe um pequeno pátio interior, retangular, com arcadas de traçado Asa-de-Cesto.
O edifício já funcionou como Paços do Concelho, Hospital, Tribunal Judicial, Repartição de Finanças, Quartel Militar e ainda como sede de vários outros serviços públicos.
É, desde 1959, a maior escola primária de Ovar.
Recentemente, o edifício foi reabilitado e acrescentado uma nova volumetria, inaugurada em setembro de 2012.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Carnaval de Ovar

Concelho: Ovar
Freguesia: União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã


No centro da cidade de Ovar, variável de acordo com a Páscoa.
O Carnaval de Ovar é denominado como “A Vitamina da Alegria”.
É um dos elementos de maior projeção a nível nacional e até internacional. Todos os anos, atrai muitos milhares de visitantes nacionais e estrangeiros.
Funciona como uma autêntica indústria cultural e polo de atração turística, sendo uma das tradições mais valorizadas e enraizadas na cultura vareira.
Remonta à década de 1940, quando vários bairros de Ovar se organizaram em grupo, enchendo o centro da então vila, com os seus carros. Era um carnaval sujo, marcado pelos exageros, violência e imundice, numa batalha campal entre camiões de diferentes bairros.
Na década de 1950 surge finalmente o carnaval organizado, com a finalidade de alegrar e atrair turistas.
A partir da década de 1960, as mulheres passam a participar no desfile, passando a rainha a ser uma mulher, em vez de um homem disfarçado desta.
Na década de 1980 aparecem as primeiras escolas de samba.
Em 1990 aparece a primeira maquete feita de espuma, surpreendendo pela sua perfeição e originalidade.
Em 1992, os grupos foram divididos em duas categorias: carnavalesco e passerelle.

Muitos grupos iniciam o seu processo criativo em meados de outubro.
Oficialmente, a abertura do Carnaval de Ovar começa cerca de um mês antes do Carnaval.
Três semanas antes do Domingo Gordo, dá-se a chegada do Rei, com a entrega simbólica da chave da cidade, pelo presidente da Câmara aos novos monarcas. Estes são representados por pessoas locais.  
No domingo seguinte, sai à rua o Carnaval Infantil, um dos momentos altos do Carnaval de Ovar. Crianças de 27 escolas e instituições do concelho desfilam trajados a rigor.
A noite Dominó decorre na quinta-feira, também conhecida por Noite de Quim Barreiros, artista que anima esta noite há várias décadas. O Dominó é a figura mais popular e um dos símbolos do Carnaval de Ovar.
No sábado, à noite, é a vez das escolas de samba desfilarem.
O Grande Corso Carnavalesco sai no Domingo Gordo e na terça-feira seguinte. São 24 grupos divididos por 4 escolas de samba, 14 carnavalescos e 6 de passerelle que desfilam pela Avenida Sá Carneiro.
Na segunda-feira de carnaval, acontece Noite Mágica, com concertos e animação com DJ’s, até ser dia.

Estação Ferroviária de Ovar

Portugal \ Aveiro \ Ovar \ União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã



Largo Serpa Pinto, Ovar.


Estação construída em 1865, dois anos após a inauguração da Linha Lisboa – Porto.

É constituída por três corpos, sendo o central mais elevado. 

Outrora era composto por um complexo oficinal.

Faz indiscutivelmente parte do extraordinário roteiro que representa todo o património arquitetónico ao nível da azulejaria em muitas das antigas estações dos caminho-de-ferro ao longo do país, com particular destaque nas linhas do Norte.  


A estação conta com 23 painéis temáticos, utilizando diversas composições de padrões estampilhados, monocromáticos e policromos, datados de 1915 a 1919. Os seus autores são Licínio Pinto e Francisco L. Pereira, pintores-ceramistas da Fábrica da Fonte Nova de Aveiro.


Os 14 painéis que decoram a fachada principal são, na sua maioria, de Licínio Pinto. 


Na gare, os painéis são cópias feitas em 1980 no Atelier Razamonte, em Vila Nova de Gaia.


Os painéis, de base azul, representam cenas de caráter etnográfico, tais como trajes regionais, atividades tradicionais, monumentos e paisagens de Ovar e arredores.

Barco do Mar

Concelho: Ovar
Freguesia: União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã

Embarcação típica da praia do Furadouro.
É conhecida pelas suas caraterísticas proas levantadas e pelas suas faixas coloridas.
É utilizada na tradicional Arte da Xávega (ou de arrasto), embora as juntas de bois que arrastavam as redes tenham sido substituídas por tratores.
Há quem veja neste tipo de embarcação a prova, diferida no tempo, de uma colonização oriental, eventualmente fenícia ou mais recuada no tempo.
É possível ver estas embarcações na praia Norte do Furadouro ou no centro de uma rotunda junto à discoteca Fénix.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Ovar

Portugal \ Aveiro \ Ovar \ União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã




Praça da República

    Cidade, sede de concelho, situada a 38 km a norte de Aveiro.


Areinho, ria de Aveiro


    Encontra-se no extremo norte da ria de Aveiro, numa zona húmida, plana, sem grandes ondulações e aberta, com clima ameno e estável.


Rio Cáster, no centro da cidade


    O casario espraia-se a 15 metros de altitude, atravessada pelo rio Cáster e pelos ribeiros da Graça e do Lajes.


Praça da República, em 2005


    O centro histórico é composto por um conjunto invulgar de casas revestidas a azulejos datados dos séculos XIX e XX que fazem a localidade ostentar o título de Cidade Museu do Azulejo. Expressão atribuída à cidade de Ovar pelo museólogo Prof. Rafael Salinas Calado, o primeiro diretor do Museu Nacional do Azulejo. Um autêntico museu ao ar livre, sem portas, bilheteira ou horários.


Casa revestida a azulejos, Praça da República


    Casas multicolores que contrastam com a singeleza das cantarias, que as tornam únicas. Arte portuguesa que em Ovar com as suas caraterísticas próprias, tal como noutras terras, tornou-se muito frequente através dos “brasileiros”, emigrantes que voltavam do Brasil e foram introduzindo a utilização do azulejo como material impermeável para o revestimento dos exteriores contra os ares marítimos. A moda não tardou a pegar e os azulejos rapidamente se transformaram, também, numa forma de distinção social.


Chafariz Neptuno


    Está intimamente ligada ao mar, como testemunha a figura de Neptuno (Deus dos Mares) encimando um belo chafariz no centro da urbe.

    Terra de migrantes (dando origem a localidades como São Pedro da Afurada, Espinho ou Vieira de Leiria) e emigrantes. Daqui saíram dos maiores contingentes nacionais para o Brasil, especialmente no século XIX e princípios do século XX.


Mapa romano com a localização de Lavare


    Durante o período romano terá sido designada por Lavare ou Lavara, termo que significa lavar, molhar, regar ou inundar. Dado que este território era constituído por uma grande área de água com entrada mais a sul, em Portus Avare, não será abusivo associar a esta zona terras para regar, molhar ou inundar.

    O atual aglomerado de Ovar nasceu da fusão, no decorrer dos séculos, de vários núcleos populacionais, sendo os mais importantes a Vila Cabanones e Vila Ovar, esta última situada mais para o interior da atual povoação. A primeira referência a estas duas povoações data de 920, numa doação do rei Ordonho II de Leão. Nesta época, toda esta região era uma terra de salinas e uma das mais produtivas de sal em todo o ocidente da Europa.


Atual Capela de São Donato, em Guilhovai


    Em 12 de Junho de 922 aparece uma referência ao porto de Obal e a uma igreja chamada de São Donato e São João.

    Em 977 é invadida pelo árabe Almansor, na sua incursão até ao Porto. Durante o período muçulmano era denominada por Albhar, à semelhança de Albufeira, no Algarve. O vocábulo significa “lagoa e mar”, situação em que ambas as localidades se encontravam.

    Durante os séculos X-XI, grandes barcos de normandos, carregados de varegas, nas suas deslocações para sul da sua terra de origem, a Escandinávia, entravam pelos esteios do mar interior de Ovar e dominavam a região. Envolviam-se em atividades comerciais, pirataria e atuavam como mercenários. Raptavam pessoas locais em troca de bens e grandes quantidades de sal para a salga do peixe. Documentos no mosteiro de Grijó, a que pertenciam estas terras, comprovando estes atos de pirataria.

    A 10 de março de 1101 são referidas salinas em São Donato, descriminadas numa venda de vários irmãos a Dom Soeiro Fromarigues e a sua mulher Elvira Nunes.


Atual Igreja Paroquial de São Cristóvão de Ovar


    Em 1132 aparece pela primeira vez a referência à paróquia, dedicada a São Cristóvão.

    As inquirições de outubro de 1260, feitas pelo juiz da Feira e pelo pretor de Gaia, comprovam a existência de salinas em Cabanões.

    Em 1147, após a conquista de Lisboa aos mouros, estas terras terão sido oferecidas por Dom Afonso Henriques a cruzados húngaros que o tinham ajudado a conquistar a cidade de Lisboa. Os novos senhores terão construído um pequeno castelo (vár, em húngaro) junto ao mar interior de Ovar, como proteção do povoado, do qual não restam quaisquer vestígios.

    Em 1251 os concelhos de Cabanões e Ovar já estavam constituídos.

    Em 1284 era já vila, julgado e concelho.

    Durante os séculos XII e XIII foi muito movimentada, graças à sua extração de sal e atividade pesqueira.


Passo do Horto, integrado num conjunto de capelas protetoradas pelos Condes da Feira


    No século XIV passou a fazer parte das Terras de Santa Maria por doação a Fernão Pereira, pai do primeiro Conde da Feira.

    Em 29 de Setembro de 1319, Dom Dinis concedeu aos moradores da urbe a isenção de não pagarem lutuosa (antigo direito recebido pelo senhorio direto por morte do senhor de um prédio). Esta isenção foi renovada em 23 de Agosto de 1386 por Dom João I, em 8 de Agosto de 1450 por Dom Afonso V e em 22 de Junho de 1497 por Dom Manuel I.


Largo Família Soares Pinto


    No século XVI, a paróquia, concelho e julgado medievos foram transferidos de Cabanões para a atual zona urbana, que então se encontrava mais desenvolvida. O primeiro núcleo terá surgido num pequeno morro na proximidade da atual Praça da República.


Mapa século XVI com a localização de Ovar


    Em 10 de Fevereiro de 1514, Dom Manuel I concedeu foral à vila.

    Data de 3 de Outubro de 1528 a última revogação da isenção da taxa da lutuosa, concedida por Dom João III.


Barco do Mar, Furadouro


    A partir do século XVIII, registou-se um grande crescimento demográfico da zona, facto a que não foi alheia a introdução de novas técnicas de pesca, como as chamadas Artes Grandes ou da Xávega, de salga e de conservação do pescado.


Cais da Ribeira


    Nos séculos XVIII e XIX transformou-se no povoado mais importante da zona e posteriormente do distrito, devido à saga impar e admirável dos mercantes que levavam o sal, pescado e outros produtos da Bairrada até Barca de Alva. A importância destes foi tão grande que sonharam e pediram a construção de um canal que ligasse a ria de Aveiro ao rio Douro.

    Em 1791, a barra do rio Vouga fechou completamente e as águas fluviais não circulavam nem se renovavam, começando a subir e inundando as salinas e os campos agrícolas. Com os campos alagados, as culturas apodreciam, a fauna e a flora eram destruídas, as pessoas adoeciam e o comércio era quase inexistente.

    Em 1833, a população sofreu uma epidemia violentíssima de cólera-morbus asiática.


Monumento às Varinas, Furadouro


    A zona ficou quase deserta e quem não morreu, migrou. Todo o litoral português, inclusive Lisboa (as varinas de Lisboa são oriundas de Ovar) ficaram cheios de gentes de Ovar. Deram origem a localidades como São Pedro da Afurada, Espinho ou Vieira de Leiria. Muitos outros emigraram, daqui saíram dos maiores contingentes nacionais para o Brasil.


Estação Ferroviária de Ovar


    Em 1865 chega o comboio.


Torreão da Praça das Galinhas, construção de "Brasileiros"


    No final do século XIX, e apesar de muitos ovarenses terem emigrado, a população registava ainda um crescimento contínuo e a economia prosperava. Em cada mil emigrantes que lá morresse, meia dúzia regressava, e os que regressavam vêm ricos e querem mostrar a sua devoção. Aparecem as casas brasileiras e as modestas casas ainda a lembrar palheiros são revestidas a azulejos.

    Nas décadas de 1950 e 1960, o tradicional quadro rural e piscatório sofreu uma intensa transformação com a chegada da industrialização, caraterizada por diversas atividades.


Percurso do Azulejo, com início na Praça da República


    Em 1981 recebeu o título de Cidade-Museu Vivo do Azulejo, atribuído por Rafael Salinas Calado, fundador do Museu Nacional do Azulejo.

    Em Junho de 1984 ascendeu à categoria de cidade.


    A importante atividade pesqueira e a extração de sal que tiveram início nos séculos XII e XIII, foi alterado nas décadas de 1950 e 1960 com a industrialização. Atualmente, a economia local tem como polos: a agropecuária, a pesca (pouca), a indústria e o comércio.

    A terra produz milho, arroz, batata e produtos agrícolas, e alimenta principalmente gado bovino.


Pinhal de Ovar


    Importante também é a exploração florestal, dado haver uma grande densidade de matas.

    A pesca, tradicional entre as suas gentes, encontra-se em declínio.

    Encontram-se instalados na cidade diversas indústrias: aço, alcatifas, cablagem elétrica, calçado, casas pré-fabricadas, condutores elétricos, confeções, eletrónica, feltros industriais, ferragens, metalomecânicas, montagem de automóveis, motores elétricos, papel, pirotecnia, plásticos, produtos alimentares, rações para animais, sal e têxteis.


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